“Fui enganado!” Deputado do PODEMOS alega ter sido impedido de tomar posse
O Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique, que faz sua estreia no parlamento, declarou anteriormente que dois de seus deputados não compareceram à cerimônia de tomada de posse porque estavam desaparecidos, supostamente vítimas de repressão durante manifestações contra os resultados eleitorais.
A situação tomou um novo rumo quando Faruma apareceu na Assembleia e afirmou que sua ausência na posse foi resultado de um esquema interno. Ele acusou o secretário-geral do partido, Sebastião Mussanhane, e seu colega Xavier José, também deputado, de orquestrarem sua exclusão.
“Não tomei posse porque houve má-fé comigo. Meu amigo Xavier, que faz parte do PODEMOS, recebeu uma orientação do secretário-geral dizendo que eu não poderia estar lá no dia da posse porque não fiz campanha”, declarou Faruma.
A alegação reforça investigações que indicam que alguns candidatos do PODEMOS não tinham conhecimento de que estavam concorrendo ao cargo de deputado e, por isso, não participaram da campanha eleitoral.
Faruma contestou o argumento de que sua ausência na campanha eleitoral justificaria sua exclusão, apontando que outros membros do partido, mesmo sem envolvimento direto no pleito, foram empossados normalmente.
“Não entendo por que há pessoas que não fizeram campanha e mesmo assim tomaram posse”, questionou.
Ele revelou que, inicialmente, seguiu as diretrizes superiores e permaneceu em casa, mas posteriormente decidiu questionar a situação: “Fui instruído a não comparecer, então obedeci. Mas, com o tempo, investiguei e percebi que tinha o direito de tomar posse”.
O parlamentar enfatizou que já submeteu toda a documentação necessária e aguarda um retorno oficial: “Disseram que vão me ligar, mas não informaram a data”.
Relatórios indicam que, antes de se aliar a Venâncio Mondlane, o PODEMOS tinha poucas chances de entrar no parlamento e, para atender aos requisitos mínimos de candidatura, recrutou pessoas aleatoriamente em ruas e mercados. Como resultado, parte dos eleitos sequer sabia que estava concorrendo, o que levou à dificuldade em localizá-los para a posse.
Além de Faruma, outro deputado do partido, Faizal Anselmo Gabriel, também não tomou posse, e seu paradeiro segue desconhecido.
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